Resíduo – qualquer substância ou objecto de que o ser humano pretende desfazer-se por não lhe reconhecer utilidade. A produção de resíduos é causadora de poluição e tem vindo a aumentar com o desenvolvimento socioeconómico e tecnológico das sociedades.
Tipos de Resíduos e Métodos de tratamento:
Resíduos Sólidos Urbanos – são correntemente designados lixos. Incluem resíduos domésticos, industriais e hospitalares. Podem causar poluição da água, do solo ou da atmosfera.
Aterros Sanitários – instalações onde são depositados resíduos compactados, acima ou abaixo da superfície do terreno.
Os aterros sanitários devem ser construídos em locais com características geológicas adequadas e são revestidos com materiais impermeáveis, como argila ou plástico, que previnem a infiltração no solo de substâncias lixiviadas.
As substâncias lixiviadas (quando a água das chuvas se infiltra, dissolve substâncias químicas e arrasta-as consigo) são recolhidas e enviadas para uma estação de tratamento e os gases produzidos pelas bactérias decompositoras (biogás) podem ser utilizados na obtenção de energia.
Após estarem lotados, os aterros são selados, ou seja, tapados com uma cobertura de plástico e de terra que permite o desenvolvimento de plantas que diminuirão o impacto paisagístico.
Principais vantagens:
construção rápida;
baixos custos de manutenção;
grande capacidade.
Principais desvantagens:
requer grandes áreas de implantação;
possibilidade de contaminação de águas subterrâneas.
Incineração – combustão de resíduos a altas temperaturas, que, assim, se reduzem a cinzas e gases. Co-incineração – incineração nos fornos das cimenteiras.
Principais vantagens:
grande redução do volume de lixos;
pequena área de implantação;
as partículas sólidas ficam retidas nos filtros, sendo encaminhadas para os aterros sanitários juntamente com as cinzas;
os filtros ou precipitadores electroestáticos retiram os gases ácidos e as partículas, para que as emissões não contaminem a atmosfera;
quase todas as estações de incineração estão concebidas para produzirem electricidade e em algumas incineradoras há separação de materiais para posterior reciclagem.
Principais desvantagens:
poluição atmosférica;
emissão de substâncias tóxicas (como dioxinas);
custos elevados.
Reciclagem – recolha e reprocessamento de resíduos.
Reciclagem primária – conversão em produtos do mesmo tipo.
Reciclagem secundária – conversão noutro tipo de produtos.
A reciclagem insere-se numa política ambiental mais alargada, que inclui também os seguintes 2R:
Reduzir – reduzir ao mínimo o lixo produzido passa por diminuir o consumo de materiais descartáveis ou com embalagens excessivas e não biodegradáveis, bem como desenvolver tecnologias para minimizar a quantidade de matérias-primas necessárias para produzir um determinado produto.
Reutilizar – usar várias vezes um produto é uma forma eficiente de diminuir os resíduos. Para produzir qualquer objecto há sempre gasto de matéria-prima, água e contaminação ambiental, pelo que, quando reutilizamos, reduzimos os resíduos e conservamos os recursos.
Principais vantagens:
poupança de materiais e de energia;
redução da poluição (atmosférica, da água e dos solos);
redução da quantidade de resíduos sólidos;
protecção dos ecossistemas.
Compostagem – decomposição dos resíduos orgânicos (biodegradáveis) pela acção de decompositores e saprófitas, diminuindo o volume dos resíduos e produzindo o composto, que pode ser usado como fertilizante, melhorando a textura e fertilidade do solo.
Águas Residuais: águas que foram utilizadas em actividades domésticas, industriais ou agrícolas e que contêm uma grande variedade de resíduos. O tratamento de águas residuais é feito em estações de tratamento, ETAR. Nestas estações, as águas residuais são sujeitas a tratamentos que removem os poluentes e o efluente final é devolvido ao ambiente.
O tratamento de águas residuais consta das seguintes fases:
Tratamento preliminar – visa a eliminação de resíduos e de corpos sólidos. Para separar os resíduos das águas residuais, estas passam por crivos de barras ou crivos giratórios, que permitem uma eliminação mais completa dos resíduos. Em ambos os casos, os resíduos são recolhidos mecanicamente e levados para incineradoras.
Tratamento primário – os efluentes são conduzidos para um tanque de sedimentação de sólidos (clarificadores primários), que contém um sistema de braços giratórios, cuja velocidade de rotação é a indicada para que os sólidos sedimentem ao longo de várias horas. As partículas de matéria orgânica depositam-se no fundo e são retiradas, bem como os materiais gordurosos que flutuam e são recolhidos. Os materiais retirados denominam-se por lamas em bruto (ou lodos em bruto), que serão alvo de tratamento posterior e envio para aterros sanitários.
Tratamento secundário – processo biológico durante o qual bactérias aeróbias ou anaeróbias eliminam até 90% da matéria orgânica dissolvida. As bactérias decompositoras podem ser incluídas em lamas activadas, que são misturadas com as águas resultantes do tratamento primário, ou podem recobrir um leito de gravilha sobre o qual passa a água (tanques de percolação). Ao tratamento secundário segue-se uma nova decantação.
Como se consome oxigénio durante este processo, e para que não se atinja uma situação grave de carência bioquímica de oxigénio, recorre-se ao sistema de lamas activadas, no qual o tanque está equipado com um sistema de arejamento. Os microorganismos tendem a agrupar-se em conglomerados, que sedimentam no fundo do tanque quando a água fica sem agitação.
Os efluentes tratados são transferidos do tanque de arejamento para um clarificador secundário, para que os microorganismos sedimentem e sejam bombeados de volta ao sistema onde entraram como lodos activados.
O excedente, resultante do crescimento da população de microorganismos, é retirado e adicionado aos lodos em bruto do tratamento primário.
Tratamento terciário – separação biológica dos nutrientes, com o objectivo de eliminar o material inorgânico dissolvido, uma vez que são agentes causadores da eutrofização cultural.
Em alternativa à separação biológica dos nutrientes, podem ser realizados diversos processos químicos, sendo comum passar as águas residuais, provenientes do tratamento secundário, por um filtro de cal, promovendo a precipitação do fósforo, sob a forma de fosfato de cálcio.
Nem sempre é utilizado, uma vez que é muito dispendioso.
Tratamento quartenário – corresponde à limpeza e desinfecção final, em que as águas residuais são submetidas a uma última limpeza por filtração, através de uma camada de areia e posterior desinfecção.
O desinfectante mais utilizado é o cloro, sob a forma de gás, por ser muito eficiente e barato. Todavia, pequenas quantidades deste gás podem atingir os ecossistemas, prejudicando a fauna aquática. O cloro reage espontaneamente com alguns compostos orgânicos, formando hidrocarbonetos clorados, sendo alguns deles compostos tóxicos, não biodegradáveis, e passíveis de provocar cancro, crescimento anormal e problemas reprodutivos. Para evitar estes efeitos secundários, adiciona-se à água outra substância que converte o cloro numa forma quimicamente neutra.
Utiliza-se também o ozono, muito eficaz para eliminar microorganismos, ao mesmo tempo que decompõe o oxigénio, melhorando a qualidade da água. Contudo, o ozono é instável e explosivo, pelo que deve ser produzido no local onde vai ser usado, o que exige um grande investimento económico e energético.
Pode ainda ser utilizada radiação UV, que mata os organismos sem prejudicar a qualidade da água.
Biologia
Cellular metabolism and fermentation
Cellular respiration and fermentation
Energy, Enzymes, and Catalysis Problem Set
Bioquímica